O centro eclético da fluente luz universal Roberto Corrente (CEFLURC), Igreja “Céu do Cerrado”, organização religiosa espiritualista cristã, ligada ao Centro Eclético da Fluente Luz Universal Raimundo Irineu Serra (CEFLURIS), grupo religioso dissidente da doutrina Daimista, conhecido genericamente como “Santo Daime”, que dos grupos dissidentes é o que possuí maior visibilidade, responsável pela expansão da doutrina do Santo Daime pelo Brasil e pelo Mundo.
Na atualidade o principal responsável pela Igreja Céu do Cerrado é o senhor Vaídes Borges, atual presidente do centro, e respeitado feitor da bebida “Daime” ou “Santo Daime”, como é conhecido pelos membros deste grupo religioso. Feitor é o Mestre que detém a técnica e o saber de produção da bebida Santo Daime.
O senhor Vaídes ou “Seu Vaídes” como é conhecido entre os membros de seu grupo “Céu do Cerrado”, conheceu a religião do Santo Daime diretamente no “Céu do Mapiá”. Comunidade religiosa fundada por Sebastião Mota na floresta amazônica em meados da década de 80 e formada especialmente por adeptos dissidentes do grupo original dessa doutrina e famílias ligada à pessoa do padrinho Sebastião. É neste contexto que o Senhor Vaídes Borges tem seus primeiros contatos com o grupo. Tal qual expõem o mesmo:
Padrinho Vaídes Borges presidente da Igreja Céu do Cerrado. |
“Eu conheci a doutrina do Santo Daime [...] em 87, na passagem de 87 para 88, daí no final do ano eu morava em Goiânia, ai eu peguei uns seringais pra medir lá no amazonas e no rio Branco no Acre, aliás. E eu fui lá pra fazer esses seringais, pra fazer as medições deles [...] e chego lá [Boca do Acre – AC], por coincidência um dos seringais fazia divisa com o céu do mapiá, e ai lá [...], na região todo mundo comentava sobre o pessoal do daime, que era um pessoal misterioso, um pessoal diferente, que cuidava da natureza, protegia os animais e não destruía a natureza [...] Além do mais, tinha aquela bebida né, o chá, o santo daime, eu fiquei curioso pra ver, foi aonde eu fui lá realmente pra conhecer. Foi no final do ano, eu peguei a canoa, tava morando em Boca do Acre, eu tinha um acampamento lá, tinha alugado uma casa, aí eu peguei essa canoa de um senhor que trabalhava comigo, e ele já tinha ido lá algumas vezes, aí nos fomos juntos, nós chegamos lá no dia 31 de dezembro de 87. E ai, eu participei do primeiro hinário do dia 31 pro dia 1, aonde eu conheci o Santo Daime. (Vaídes Borges)”
Foi a partir do primeiro contato com o grupo religioso, que Vaídes Borges, passou a intercambiar experiências e informações da cultura daimista presente nos Estados do Acre e Amazonas com a região do Goiás e posteriormente Norte de Goiás, região que se emancipou em 1988, tornando-se o mais novo Estado da Federação.
O Sr. Vaídes Borges recebeu das mãos do padrinho Sebastião as plantas que compõem o Santo Daime, sendo o responsável por trazer as plantas e a doutrina para o Tocantins no inicio da década de 90, período de formação da capital do Estado Palmas. Pioneiro neste Estado e Cidade, conseguiu formam um pequeno grupo de pessoas em torno do desenvolvimento dos rituais desta doutrina. Posteriormente, com a chegada de novos membros da Igreja matriz Céu do Mapiá no Amazonas, formaram o CEFLURC.
A igreja Céu do Cerrado foi fundado no dia 20 de maio de 2002 pelos membros Gustavo Soares e Daniela Leal que junto com o senhor Vaídes Borges formaram uma nova etapa da doutrina na cidade de Palmas, tendo por patronos o Sr. Roberto Corrente e a Sra. Albertina Corrente, estreitando os laços com a central da doutrina Céu do Mapiá.
Padrinho Roberto e Madrinha Albertina Corrente, patronos da Igreja Céu do Cerrado. |
O termo “padrinho” e “madrinha” e a denominação das lideranças da doutrina do Santo Daime, podendo ou não serem designados desta maneira, dependendo da relação deste com o grupo. Em alguns casos o termo pode ser usado para referir-se também aos membros mais antigos da doutrina, em especial aqueles de maior carisma e consideração entre os adeptos. Que no caso do “Céu do Mapiá”, há um grupo grande de pessoas pioneiras que acompanharam Sebastião Mota no processo de organização de sua comunidade, assim designadas enquanto “padrinhos” e “madrinhas”.